terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Carta de um excluído.


Prezados leitores

Esta carta quer chamar sua atenção para a “aposentadoria precoce” (sem remuneração) imposta à maioria dos cidadãos brasileiros após completarem seus 40 anos.

No dia 21 de fevereiro completo 52 anos de vida, de luta e esperança. Porém, para o mercado de trabalho, já não sirvo mais.
Estou em plena capacidade produtiva, intelectual e física e acho um contra senso o critério utilizado pelo mercado na seleção de seus colaboradores. Sou formado em Arquitetura e Urbanismo, Propaganda e Marketing e, atualmente, curso o 6º período da faculdade de Direito. Possuo, também, vários cursos de extensão onde destaco o de Marketing Estratégico pela Concórdia University (EUA) e o de Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (RJ).
Trabalhei em empresas de destaque em seu segmento e outras que, por razões de crises passadas ou de má gestão de seus diretores acabaram falindo quando me apresentavam oportunidade de crescimento profissional em seu segmento, como ocorreu em meu último emprego.


Os governos (federal, estadual e municipal) vêm garantindo contínuas conquistas aos excluídos e marginalizados, tais como cotas pra negros, pardos, índios, portadores de necessidades especiais e estudantes oriundos de escolas públicas, nas universidades federais. Criou-se, também, o primeiro emprego e vem garantindo a erradicação da miséria através do Bolsa Família, dentre outros inúmeros programas de inclusão social.
Só faltou criarem um programa que incentive, de alguma forma às empresas manterem em seus quadros e/ou contratarem as pessoas de idade madura, muitas vezes mais competentes e, naturalmente, mais experientes mas sempre preteridas pelos mais jovens.

O que acontece comigo, acontece com milhões de brasileiros que desperdiçam tudo que aprenderam e tudo que ainda poderiam fazer, atrás de uma barraca de camelô, ou outra atividade informal.
Eu lhes pergunto: É JUSTO?


É preciso mudar esta dívida histórica dos governantes passados e da classe empresarial, com esta parcela da população que só tende a crescer a cada dia mais.

Espero iniciar um amplo e sério debate a respeito e, juntamente com outros milhares de brasileiros, trabalhar por corrigir esta injustiça que está na contramão do cenário mundial para o qual o Brasil caminha: o rol dos países desenvolvidos.


Um abraço a todos.